19 setembro, 2008

Balada da Saudade

"És portuguesa? Eslovaca, a mim pareces-me Eslovaca."

E nós, como ficamos? Simplesmente não ficamos. E é assim que ficamos bem. Nunca ficamos em lugar nenhum, são os lugares que ficam em nós.

Cá dentro fica Coimbra. Ficam as pessoas, as melodias, os momentos... Mas isto é mesmo assim.
Dizem que o encanto vem na despedida. Transformei os cheiros, as roupas, cartazes, as memórias em malas. Agarrei em tudo, despi até as paredes. Pousei tudo à porta, como se mal por ela passasse, fosse tudo comigo e pronto, já estava. Deixei ali as malas e fui despedir-me. Pareceu fácil. Foi só fazer um sorriso, dar um abraço, desejar o melhor e virar costas. Depois evitei o que viria a seguir. Com os olhos a tremer, fui despedir-me da casa e seguir viagem.

"Pronto, vou embora. Espero ter deixado o suficiente para que não se esqueçam de mim. Caramba, afinal está mesmo a custar. Beijinhos."

Como se nada me tivesse marcado, como se as pessoas simplesmente fossem quaisquer pessoas, como se os momentos simplesmente não me dissessem nada.

Detesto que me tenham confiado tanto. Detesto tudo o que fizemos e que à partida me faria sentir saudades.

2 comentários:

  1. Vai tudo correr bem. Lembras-te daquele slogan do anuncio de um banco, "quanto rendem as saudades?", pois bem, eu acho que as saudades rendem mais saudades.
    Coimbra continua no mesmo sitio, algumas pessoas também, estudantes haverá sempre. Os momentos que viveste aqui já não voltam mais, por isso só tens que aproveitar bem o presente. Para o futuro, marcas umas viagens até Coimbra, para aliviar as saudades.
    Beijinhos

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  2. Tu precisas urgentemente de um buraco negro intelectual, total e completa ausência de consciência, a verdadeira JARDA! O fígado não aprova, mas o coração agradece.

    uma vez kiwi, sempre kiwi ;)

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